quinta-feira, 24 de abril de 2008

Como avaliar o comportamento e antecipar tendências

Por Thiago Terra

Do entretenimento a uma marca de margarina, do automóvel à decoração de uma casa, tudo faz parte de um complexo fluxo de tendências e inovação que influencia os corações e as mentes dos consumidores. O MaxiMídia apresentou entre muitos profissionais de extrema competência em suas áreas de atuação, Bárbara Kennington, da WGSN (EUA), no Forte de Copacabana, para falar sobre as tendências e o comportamento cada vez mais mutante do consumidor. Para explicar como começa esta estratégia de antecipar o que o cliente necessita, a moda aparece como um exemplo de combustível para a criatividade. Criatividade que se transforma em idéias e inspirações para as empresas conquistarem o seu mercado.

Cada pessoa tem sua forma de ver o mundo e dessa forma uma boa opção é conhecer um bom numero de culturas diferentes e, assim, descobrir as tendências ou identificá-las. O foco da WGSN é falar para o público das novas tecnologias que tornarão sua vida mais fácil, além das novidades que outras marcas estão preparando, acompanhando os sinais mais amplos. “Inovação é explorar as tendências do mercado”, resume Bárbara.

A empresa americana parece prover tendências quando profissionais da área de criação se conectam com as novidades sobre o comportamento do consumidor para indicar a direção que a marca deve seguir. Não esquecendo de buscar o passado do mercado, da mesma forma que um bibliotecário, voltando às tendências de quase cinco anos atrás, para entender o sistema do consumidor. Desta forma é possível identificar a duração das próximas tendências. Uma característica fundamental para um profissional aplicar esta teoria é ele ser visionário, ou seja, trabalhar junto com outros setores, em diferentes disciplinas. “É preciso celebrar coisas novas, conectar as tendências com palavras-chave”, diz a executiva da WGSN.

Tendências
A primeira tendência a ser percebida é a Conectividade. Conectar está ligado ao dinamismo e ao sensorial do ser humano. A cor é uma forma de comunicação e ela desenvolve a sua própria linguagem no mercado e as marcas a utilizam para ajudar o consumidor em diversas formas diferentes e inovadoras. Em sua palestra, Bárbara, mostrou imagens que explicam esta tendência, como a adaptação e o planejamento para suprir as necessidades do consumidor.

A cor mostra a sua importância também quando um monumento no exterior mostra o sentimento da sociedade. A integração é completa quando um site permite à todos os moradores expressarem seus sentimentos, com diversas opções. A cor define o sentimento da maioria e define a pigmentação adequada para o momento. É inegável que hoje uma tendência mundial é a sustentabilidade das empresas. Cada vez mais veremos estruturas e produtos conectados á natureza, sob o termo Eco-cidade, já usado em cidades como a de Nova York, que disponibiliza espaços urbanos vivos.

Nesta linha de tendência, muitas lojas de esportes promovem experiências reais com a marca. As empresas que querem inovar e fidelizar clientes já implantaram sistemas como uma câmara fria, dentro da loja, para que o consumidor teste um casaco ou qualquer roupa que seja criada para proteger o consumidor do clima sugerido. Na mesma loja é possível fazer o mesmo teste para produtos destinados a proteger pessoas da chuva, em uma câmara que simula esta situação.

Mudança de hábitos
A segunda tendência é definida pela palavra transformar. “A intenção é transformar fronteiras inexploráveis e as percepções das pessoas de um modo geral”, conta Bárbara. A transformação pode ser encontrada com mais freqüência no mercado, principalmente quando falamos de esportes. Tênis para corridas e roupas especiais para a natação são alguns dos exemplos mais comuns no mercado. Mas a transformação como tendências vai além. A beleza hoje não é mais vista associada ao que é jovem ou natural, e nesse caso a transformação aparece como a arquitetura do corpo, traindo a velhice através de riquezas e preparação.

Esta transformação está presente em outros setores como o mundo da moda. Em um desfile da marca Diesel, recentemente, a passarela se transformou em experiência de interatividade com os modelos, quando animais projetados por efeitos especiais dividiam as atenções do público presente. “Explore as maneiras de usar os nossos sentidos. A inspiração está na ciência e na tecnologia”, ensina.

A última tendência citada é o extraordinário. Neste sentido é preciso ser normal e manter os valores normais. O ordinário a que se refere se define como algo normal e é sugerido como uma forma de fazer as coisas devagar. “A sociedade é consumista. O que precisamos é fazer compras em supermercados e não nos shoppings”, conta.

É preciso considerar a força do impacto visual nas pessoas, como uma caixa de leite em formato de banana, comercializado em países do exterior. Essa tendência parece estar mais longe para o consumidor brasileiro porque as pessoas comuns se afastam das celebridades, à medida que os seus “heróis” ou personagens de campanhas são identificados como pessoas comuns. Para aceitar esta idéia com mais entendimento basta creditar que os produtos promovidos são destinados às pessoas normais.

Com o extraordinário, as pessoas são capazes de aproveitar os benefícios da vida real. O ritmo mais lento do ser humano levar a vida pode originar uma campanha mundialmente conhecida que é o abraço grátis. Mais do que encantar, cativar e potencializar as vendas é preciso conectar o cliente, transformar seus produtos sempre atrás da necessidade dele e tudo isto sem esquecer de se manter extraordinário.



Fonte: http://www.mundodomarketing.com.br/materia.asp?codmateria=2283

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