Ainda faltam seis anos para a realização do Rock in Rio no Brasil. Até lá, a volta do maior festival de música anunciado em primeira mão pelo Mundo do Marketing em novembro de 2006 estará cercada de grande expectativa por parte de muitas pessoas e por empresas ávidas por um evento que possa servir de ponte entre marcas e consumidores.
Mesmo faltando tanto tempo, o planejamento para o mega evento começa a sair do papel. A equipe da Dream Factory já está desenhando o projeto da Cidade do Rock que pode não ser no Rio de Janeiro, conforme explica Roberta Medina, presidente da agência e principal executiva do projeto. Tudo vai depender do mercado.
Se houver patrocinadores confiando suas verbas para o Rio, será na Cidade Maravilhosa. Se não, pode ser em São Paulo. Mas não é esta a vontade dos organizadores. Afinal, a cidade tem uma relação cultural com o Rock in Rio. Roberta também. Ela tinha seis anos de idade no primeiro evento, em 1985. Hoje, ela é uma das principais responsáveis pelo projeto que este ano será realizado em Lisboa e em Madrid depois de três edições no Brasil e outras duas em Portugal.
Antes de voltar ao Brasil em 2014, são grandes as chances de realização do evento na China. Em entrevista ao Mundo do Marketing, Roberta Medina dá detalhes sobre a edição brasileira e fala sobre o Marketing Promocional no país. Para a presidente da Dream Factory, muitas concorrências são prejudiciais ao mercado, que, segundo Roberta, é desregulado e não tem uma Associação com força.
Rock in Rio 2014 pode não ser no Rio
“O coração pede para que ele fique no Rio, mas não se sabe se ele fica. Em termos de mercado, ele só é viável se tivermos valores de patrocínio elevados e o mercado é quem vai ditar isso. Acho que estará no Rio pelo histórico”.
Cidade do Rock
“Estamos na fase de planejamento. Sendo no Rio, estamos vendo a viabilidade da Cidade do Rock ser no autódromo. Tem vários projetos na mesa. A idéia de ir para o autódromo é construir um parque fixo para vários perfis de eventos”.
Rock in Rio na China
“Estamos conversando para que a Itália seja mais um país a receber o Rock in Rio. A idéia é ir a diversos países antes de voltar ao Brasil para chegar aqui com um envolvimento maior. Temos conversações ativas para fazer o Festival na China em 2013. Nas últimas semanas este processo acelerou muito com um grupo de entretenimento local. Mas vamos com calma. Uma coisa é aprender espanhol, outra coisa é aprender mandarim. Sem contar as diferenças em termos de estrutura”.
Se o Rock in Rio fosse hoje, quais marcas seriam patrocinadoras...
“Se fosse em São Paulo, a Telefônica seria a nossa patrocinadora com certeza. Em termos de telefonia móvel todos poderiam estar. Coca-Cola sem dúvida nenhuma estaria no Rio in Rock. Cerveja talvez estaria a Skol. A Rede Globo também seria parceira. Haveria também um montadora.
Em termos de artistas, adoraria ter a Amy Winehouse, Coldplay, Robbie Williams, Metálica, Rappa, Skank, Capital Inicial, Nando Reis, algo mais pop como Ivete Sangalo e até o DJ Malboro com o funk em sua origem. Teria um palco para crianças e uma tenda Brasil. Mas como é um evento para a família, poderia ter uma piscina de ondas, área para esporte, enfim, um grande parque”.
Como as marcas poderiam aproveitar o Rock in Rio
“O grande beneficio do Rock in Rio hoje não está nos cinco ou sete dias que ele acontece. Ele é um conteúdo que pode ser ativado muitos meses antes. A marca pode gerar promoções diferenciadas de produtos, pode fidelizar clientes e trazer novos consumidores. A Toyota, por exemplo, criou um carro com a marca. Se a Toyota criou um carro, a Oi pode criar um celular. A Globo pode criar um programa de televisão. O Terra pode criar um site de entretenimento...
Os clientes podem não só patrocinar, mas podem fazer ativação e trabalhar novos produtos. Tem até camisinha Rock in Rio. Não é só licenciamento. A marca com a força que tem pode criar produtos consistentes para serem trabalhados constantemente. Fora a experiência no próprio evento”.
Copa do Mundo no Brasil no mesmo ano
Há grandes chances do Rock in Rio ser antes da Copa, mas com algumas ações durante também. Estamos desenhando o formato para que ele possa ter pockets ao longo do período. Estamos vendo como encaixar o futebol dentro de um mesmo pacote. Sobre patrocínio, tem oportunidade para todos porque há marcas que entram no futebol e outras que não entram.
Eventos proprietários
“Há uma distância enorme entre o Rock in Rio e estes projetos. Vejo o Rock in Rio nascendo a partir de uma vontade de uma criatura que o Roberto (Medina) querendo promover o Brasil como destino turístico. A motivação era colocar o Rio no mapa entre as turnês internacionais. Aí teve uma oportunidade de uma marca querendo se aproximar dos jovens e que patrocinou o evento.
Depois veio uma nova necessidade: ter muito patrocínio e ingressos vendidos para ter o nível de bandas que ele queria. Junto disso, tem a conjuntura social que o Brasil estava vivendo, um clima de liberdade que faz o Rock in Rio ganhar um significado ainda maior. E isso é marcante porque criou um mercado de eventos e uma mobilização social que ficou marcada para muitas pessoas. Quando se cria um projeto proprietário, é um produto que não tem as mesmas características.
Os eventos proprietários são caminhos certos para promotores e marcas. Mais para promotores porque quando você cria um projeto para uma marca ela pode desistir e é muito frustrante. Um projeto como o Coca-Cola Vibezone é um completo sucesso, mas a marca decidiu que não quer mais. Mas o jovem continua querendo. Porém, uma marca já se apropriou dele e você não consegue passar para frente. Mesmo assim, o mercado continua precisando”.
Mercado desregulado
“O mercado promocional não é um mercado fiel. Há muita concorrência e o cliente ainda se aproveita colocando um contra o outro. O mercado não tem padrão e não é regulado como a publicidade. Há regras que o mercado promocional não tem.
Quando um cliente compara agências hiper-profissionais com pessoas que estão começando e fazem de tudo para pegar um trabalho, ele acaba se decepcionando com o resultado entregue e depois volta ao mercado com uma carga de traumas muito grande e prejudica o mercado. É muito ruim o mercado não estar regulado”.
Cliente injusto
“O cliente coloca as agências num nível de concorrência completamente estúpida. Vemos situação de agências baixando o fee para ter um projeto. Só que a empresa tem que faturar para se manter. Não é justo os clientes apertarem tanto os fornecedores. No final ele acaba sendo enganado porque vai perder em algum momento do projeto”.
Ampro – Associação de Marketing Promocional
“Não quero falar muito porque não estou aqui no dia-a-dia e não somos filiados. O que tenho de imagem e de ouvir falar é que não tem força. Ainda é uma Associação que não tem força”.
Grupo Dream Factory
“Dividimos a atuação das empresas desde 2001. Criamos a Dream Factory para o evento passar a fazer parte do nosso dia-a-dia. Em 2003 partimos para a internacionalização da marca e abrimos a Better World para fazer a árvore de natal e o Rock In em outras cidades da Europa. Ela está sediada em Portugal, mas tem uma filial na Espanha e na Romênia”.
Estamos buscando atender a todas as necessidades não de um mesmo cliente, mas de ter capacidade de atender pedidos diferenciados. Poder oferecer um pacote mais completo facilita a estratégia e por isso criamos as empresas na área Digital e de Marketing Esportivo. Assim, podemos entregar um evento como uma plataforma de comunicação completa.”
Fonte: http://www.mundodomarketing.com.br/materia.asp?codmateria=4101
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